Racionais na Vila Mariana

O penúltimo dia de atividades do Forum de Cultura Digital que aconteceu na cinemateca prometia uma atração surpresa para sua noite musical. Racionais MCs se apresentaram junto com a banda Black Rio. Na plateia, o senador Eduardo Suplicy.

O público e o local do show foram, certamente, muito diferente da maioria dos shows do Racionais, que está acostumado a lotar shows pelas periferias. A conversa entre a periferia e o centro ainda é muito difícil e esse rápido encontro ter acontecido no Forum de Cultura Digital é muito coerente, já que a Cultura Digital entende justamente que não há mais centro e periferia, todos estão conectados e o centro é o ciberespaço. Foi um pequeno acontecimento, mas cheio de significado. Abaixo um trecho do show.

Racionais na Vila Mariana

Cibercultura 10 + 10

[sosingle]

gil21 scopy

[/sosingle]

[solistagem]

gil21 scopy

[/solistagem]

(vídeos c/celular: Leo Germani – frames: Pedro Bayeux)

Dez anos depois da primeira edição brasileira do livro ” Cibercultura”, de Pierre Lévy, Cláudio Prado organizou dois dias de debates e oficinas com o autor. Em uma edição do Café filosófico da CPFL Cultura no teatro Guarany, em Santos, reuniram-se Lévy, Gilberto Gil, Laymert Garcia dos Santos (professor da Unicamp, autor de “Politizar as novas tecnologias”), Sergio Amadeu, André Lemos (professor da UFBA) e José Murilo Júnior.

[solistagem]Confira vídeos e fotos do evento[/solistagem]

Continuar lendo “Cibercultura 10 + 10”

Cibercultura 10 + 10

Vaga humana na Paulista

Como parte das atividades do dia mundial sem carro, uma vaga humana foi armada em uma travessa da Avenida Paulista.

A vaga humana consiste em um ambiente com puffs, cadeiras, mesas, para que as pessoas possam desfrutar de um espaço mais agradável na cidade e começar a refletir quantos espaços como esse seriam possíveis se não houvessem tantos carros na rua.

18092009619

Continuar lendo “Vaga humana na Paulista”

Vaga humana na Paulista

Trabalho Novo

[barra]

No último dia 26 de agosto a Eletrocooperativa e o The Hub se juntaram para discutir o futuro do trabalho. Em um espaço de trabalho bem pouco convencional, a Eletrocooperativa propôs uma maneira bem diferente de se promover um debate: Alguns músicos levavam uma base instrumental e o microfone ficava aberto para a intervenção de todos.

No meio das discussões, surgiam estrofes e refrões de músicas que nasciam e morriam ali mesmo, reverberando os argumentos e conclusões que iam surgindo na roda.

Veja um panorama do espaço e da roda de discussão:

Alguns trechos de discussão:

Neste trecho, o participante levanta a questão que a eletrocooperativa está trabalhando no momento, da sevirologia fiscal, chamando a atenção para o fato de que mais da metade dos impostos so país são pagos pelas pessoas que recebem até 2 salários mínimos.

[–]

[inclui sidebar padrão leo-germani]

[/barra]

Trabalho Novo

Bicicletas na Assembleia

[barra]

Durante o ato público na Assembleia Legislativa de São Paulo contra o projeto de lei de cibercrimes do senador Azeredo,dezenas de pessoas ficaram de fora porque não havia onde estacionar as bicicletas. A lei brasileira prevê que todo o estabelecimento público deve possuir estacionamento para bicicletas… veja a funcionária da assembleia tentando convencer os policiais a deixar os ciclistas entrarem para participar do ato

[–]

[sosingle] [inclui sidebar padrão leo-germani]

[/sosingle]

[/barra]

Bicicletas na Assembleia

Download é crime? Impressões sobre o debate

Assisti o debate que rolou na MTV com o títutlo: “É crime baixar músicas e filmes?”. O debate foi tenso, com muita carga emotiva na fala do pessoal que defendia a cultura livre, Sergio Amadeu e Marcelo Branco, e muita ironia no pessoal da indústria. Lobão surpreendeu como péssimo mediador, tomando as dores e se tornando um quarto elemento da ‘turma do deixa-disso, a indústria é legal’.

O debate pode ser assistido aqui.

Apesar das ótimas e viscerais intervenções de Sergio e Marcelo, queria puxar aqui alguns pontos que considero essenciais e que ficaram de fora do debate. Acho que são importantes para organizarmos a ideia quando formos entrar numa conversa dessas:

1. Diferenciar pirataria física de download: Em nenhum momento no debate foi pontuada a diferença entre o pirata que cria uma máfia para duplicar CDs e DVDs e vendê-los pela rua da pessoa que faz downloads para uso pessoal. Estavam todos no mesmo balaio durante a discussão. Apesar da divisão ser senso comum para muitos, acho que isso deve ser sempre pontuado explicitamente. (essa confusão acontece logo no início do debate, quando Sergio dá o exemplo das fias k-7 e Lobão o interrompe dizendo que antes a fita k-7 não tinha valor de venda como tem os CDs piratas hoje…. Sergio se referia a fita pra uso pessoal, Lobão fala do comercio…)

2. O download dá acesso a quem não tem acesso: O debate aconteceu em São Paulo, cheio de pessoas que moram em grandes centros urbanos, têm acesso a bons cinemas, boas lojas de discos, banda larga e etc. Nesses debates temos que nos lembrar dos maiores beneficiados pelo acesso ilimitado a cultura.

Vamos tomar por exemplo a cidade de Santarém, no Pará. Com mais de 400 mil habitantes, é o principal centro urbano do Oeste do Pará e da região do Tapajós. Lá não há nenhuma sala de cinema, e as locadoras e lojas de discos não contam com um catálogo muito extenso. A internet dá a possibiilidade a população dessa cidade, e de milhares de outras, de terem acesso a cultura de igual para igual aos grandes centros. A pergunta que deve ser feita aos representantes da indústria é: “Você acredita que as pessoas que moram nessas cidades (que são maiorira no país) não devem ter acesso a todos esses bens culturais apesar de terem a possibilidade?”. E note que essas pessoas não causam prejuízo a indústria, já que, mesmo que elas quisessem, não tem como consumir esses conteúdos!

E as pessoas que vivem nas cidades e comunidades há 3, 6, 12 horas de barco de Santarém? Também devem abdicar da possibilidade de se integrar ao mundo? “O senhor, representante da indústria, realmente acredita que o melhor a ser feito é excluir todas essas pessoas? Estamos falando da maior parte do território nacional.”

E eu? que moro em São Paulo, mas nunca teria acesso a filmes chineses, turcos, holandeses ou croatas e posso ter. Também devo vendar meus olhos? E ao acervo de filmes e músicas históricas, da década de 50, 60, que não teria outra oportunidade de ver a não ser pela internet. Devo fechar meus olhos e assistir Tela Quente?

Se não trouxermos essas questões a tona, parece que tudo o que queremos é poder assistir Lost ao mesmo tempo que os americanos…

3. Não há comprovação de prejuízos a indústria decorrentes do download, ao contrário, há estudos que mostram que ele é benéfico: Mais de um estudo já foi publicando trazendo números que mostram que o compartilhamento de arquivos de músicas e filme befeficia a indústria, uma vez que a maior parte das pessoas que fazem o download já não comprariam o produto de qualquer maneira. Além disso, muitas pessoas compram o CD ou o filme depois de terem tomado contato com um novo artista através do download.

Isso é essencial pois relativiza o que é colocado como uma premissa: ‘O download gera prejuízo’.

4. Cadê os músicos? Acredito que, como falamos tanto a respeito da eliminação do intermediário, não podemos mais fazer debates desse gênero sem a participação do artista: do músico, do escritor, do diretor, etc. Começa a ficar estranho executivos, advogados, intelectuais e ativistas se debatendo para defender o interesse de alguém que não está ali.

Leo,,

Download é crime? Impressões sobre o debate